Luis Fernando Verissimo, mestre das crônicas e reconhecido por personagens icônicos como a Velhinha de Taubaté e o Analista de Bagé, nos deixou com um legado inestimável de humor e inteligência. Nascido em Porto Alegre, sua produção literária se desdobra em uma vasta gama de formas criativas, desafiando quaisquer rótulos simplistas. Verissimo faleceu aos 88 anos, destacando-se não apenas como escritor, mas também como uma personalidade de imenso valor humano.
Fraga, escritor e publicitário, que conheceu Verissimo por mais de cinco décadas, conta que mesmo os que estavam próximos do autor admiravam-no mais como pessoa do que como profissional. Verissimo, além de ser um talentoso cronista, também era músico e desenhista, e possuía uma paixão fervorosa por futebol, apesar de sua infância nos Estados Unidos e o impacto constante das culturas norte-americana e europeia em sua vida.
Em reconhecimento à sua multifacetada carreira, o corpo de Verissimo foi velado no Salão Julio de Castilhos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O autor, cujo nome se sobressaiu após a morte de seu pai, Erico Verissimo, enriqueceu a imprensa brasileira com sua presença vibrante. Seguindo os passos de grandes literatos gaúchos, Luis Fernando fez história nas redações de jornais, ganhando respeito e desenvolvendo várias narrativas anuais no jornalismo.
O Caminho das Letras
Luis Fernando Verissimo nasceu em 1936 e foi criado em uma casa que respirava literatura, já que seu pai, Erico, era uma figura proeminente no cenário literário brasileiro. No entanto, Verissimo não considerava a literatura como seu destino desde o início. Trabalhou em publicidade e só após os 30 anos estreou em colunas de jornais.
Na era em que a publicidade impressa dominava, Verissimo trabalhou como redator e mais tarde se tornou sócio de uma agência, consolidando seu caminho no mundo da escrita. Foi durante um desses eventos do setor que seu talento começou a ganhar forma, levando a parcerias prolíficas com figuras como Fraga e Vasques.
Seus textos primeiramente publicaram na Folha da Manhã e mais tarde, em Zero Hora e Jornal do Brasil, onde, ao lado de personagens como Ed Mort e Analista de Bagé, conquistou seu público. Mesmo em um ambiente repleto de censura, Verissimo foi capaz de superar desafios, sempre com um humor afiado e observações sagazes.
Talento no Papel e no Palco
Além das letras, Verissimo traçava sua arte também como desenhista. Seu estilo gráfico era um reflexo dos gigantes norte-americanos que o inspiraram, como Jules Feiffer e Saul Steinberg. Apesar de autocrítico em relação ao tempo em que 'desenhava mal', seu humor gráfico inspirou gerações e estabeleceu um padrão de excelência no design editorial brasileiro.
Seu envolvimento com a música adiciona outra camada à sua criatividade. Verissimo era um apreciador fervoroso do jazz e, como saxofonista amador, tocava em conjuntos como a Jazz 6. A música não só preenchia sua vida pessoal, mas também frequentemente se integrava a seus textos, colorindo suas narrativas com uma melodia inconfundível.
A Complexa Relação Paterna
Sua relação com o pai, Erico Verissimo, era complexa, mesclando afeto e uma barreira comunicacional. Erico, em suas memórias, frequentemente mencionava a dificuldade em se conectar com Luis Fernando, apontando traços de timidez comum a ambos. Essa introspecção, no entanto, não impediu Verissimo de estender generosidade a outros, como jovens jornalistas e escritores, sempre disposto a oferecer um prefácio ou uma declaração encorajadora.
Um Amante do Futebol
No coração de Verissimo também batia o amor por futebol – em especial pelo Sport Club Internacional. Ele era um torcedor fervoroso, e sua paixão pelo esporte era notável tanto em suas crônicas como em sua vida pessoal. A flâmula do clube presente em seu velório é um testemunho do quanto esse amor foi parte de seu legado pessoal.
Um Legado Duradouro e Inspirador
Luis Fernando Verissimo não apenas desafiou e redefiniu a literatura e o humor no Brasil, mas também inspirou incontáveis outros com sua dedicação à arte, música e humanidade. Sua ausência deixa um vazio, mas seu impacto continuará a ecoar através de suas palavras e de todos os que as encontraram.
Sua vida e legado incentivam todos nós a explorar nossos múltiplos talentos e a rir mesmo diante das adversidades. Que aqueles que compartilharam de suas histórias continuem a espalhar seu espírito vivaz e generoso, celebrando a riqueza que ele trouxe para cada papel que tocou.
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