Em meio a uma enxurrada de e-mails diários, uma mensagem em particular chamou minha atenção na noite de 19 de dezembro: a quinta edição do projeto Disconcertos está chegando. Criado em 2013 pelo escritor e professor Luiz Fernando do Carmo de Azevedo, conhecido como Dodô Azevedo, o evento é uma celebração única da música através da audição de álbuns selecionados. Disconcertos busca explorar a ficha técnica, as histórias e as impressões que cada álbum evoca, unindo amantes da música em um ambiente de troca de conhecimento.
A música é o fio condutor da memória afetiva de muitos. Quase todos nós temos uma conexão, em maior ou menor grau, com as melodias e letras que marcaram momentos de nossas vidas. Disconcertos visa explorar essa ligação única que temos com a música, através de discussões cativantes sobre álbuns marcantes.
Na quinta edição do evento, que ocorrerá no centro cultural Futuros Arte e Tecnologia, no Rio de Janeiro, Dodô Azevedo será acompanhado por Barral Lima, Ana Paula Araújo, Luiz Antonio Simas e Viviane Mosé. Cada um deles trará seu olhar e experiência únicos para os encontros programados, iniciando com Barral Lima, empresário de Beto Guedes. Ele discutirá o álbum "Sol de primavera" (1979), agendado para o dia 24 de setembro. Este disco, reconhecido pela faixa-título, "Sol de primavera", de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, ganhou destaque nacional como tema da novela "Marina" (1980). Apesar disso, muitos poderiam esperar a escolha do álbum "Amor de índio" (1978) como foco principal, dado seu culto em torno de Beto.
Viviane Mosé, renomada escritora e filósofa, optou por abordar "Fa-Tal – Gal a todo vapor", álbum icônico lançado por Gal Costa em 1971. A escolha ressoa profundamente não apenas por seus aspectos musicais, mas também pelo seu significado político, representando um brado por liberdade em tempos de opressão. Ainda que esse álbum tenha sido amplamente discutido, é um ponto inegavelmente inflamável.
O historiador Luiz Antonio Simas iluminará "Axé!" (1978), obra-prima de Candeia, um pilar do samba carioca. Este encontro está marcado para 26 de novembro. Os álbuns escolhidos para o Disconcertos desta edição foram, majoritariamente, lançados na década de 1970, um período áureo para a Música Popular Brasileira, caracterizado por criatividade mesmo sob repressão política e social.
Por fim, não poderia deixar de mencionar que Ana Paula Araújo falará sobre uma coletânea de Madonna, que talvez traga um respiro internacional à proposta nostálgica deste evento.
É notável como o Disconcertos destaca álbuns que, além de serem marcos musicais, são testemunhos da riqueza cultural de uma década de grandes transformações. A cada história e memória compartilhada, reafirma-se o valor inestimável da música em nossas vidas.
Participe dessa rica conversa no próximo evento do Disconcertos e compartilhe suas próprias memórias musicais. Certamente, esta é uma oportunidade imperdível para qualquer entusiasta da MPB e além!
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